Actos de Desejo tico-poltico

O conceito de desejo tem sido central nos recentes debates filosficos. Uma das principais motivaes para este aparente interesse pelo conceito de desejo o resultado da crescente conscincia das insuficincias daqueles pressupostos que giram em torno de um "sujeito autnomo", "transcendncia", "representao", e "subjectividade moral". O desejo, nesta linha, concebido e posto em prtica pela filosofia tradicional como um entre outros atributos que no podem ser considerados sem referncia ao homem. O desejo enquanto tal concebido como algo que necessariamente controlado e gerido pela razo. tica e poltica, em termos destes pressupostos mal concebidos, so narrativas erguidas sobre esta tenso que se refere necessariamente a um sujeito auto-consciente e aos seus desejos subversivos. Defendo, contudo, a possibilidade de imaginar outras variantes do desejo, ou seja, algo diferente dos debates tradicionalmente estabelecidos, onde o desejo j no concebido em referncia estrita aos seres humanos. Estes novos relatos, espero, vo ajudar-nos a ver de que forma o desejo pode ser considerado dentro do conceito de pura imanncia e do reino da poltica tica ps-humanista.