Carnaval E Cultura

Rio de Janeiro, desfile das escolas do grupo especial. Quando a sirene toca e o porto se abre, cada agremiao tem 82 minutos para atravessar o Sambdromo. Mas, para os integrantes na avenida, o sonho tornado realidade ainda mais efmero: apenas 30 minutos na passarela para que a escola cumpra sem atrasos sua evoluo na Marqus de Sapuca. A diverso o que iguala a humanidade, afirma o autor. A annima garota da comunidade transformada em majestosa passista, a dona de casa rodopiando no reverente traje de baiana, a celebridade j famosa na mdia o ano inteiro: ali todos so atores-folies que, brincando, encenam, sambam e cantam uma histria analisada por um rigoroso jri espalhado em cabines. O carnavalesco Milton Cunha registrou os bastidores de vinte anos de seus desfiles, abriu seu ba pessoal e o dos recortes de jornais e concebeu Carnaval cultura: potica e tcnica no fazer escola de samba. Selecionou mais de 500 imagens que, alm de captar os momentos de delrio na avenida, revelam o trabalho de dez meses antes nos barraces, nas quadras, nos ensaios: como o desfile do ano seguinte pensado, planejado e executado, como os materiais so reaproveitados, como a festa gera trabalho e desenvolve artesos.