Quando nos esquecemos de onde viemos

Tudo o que acontece uma vez, pode nunca mais acontecer, porm, ao acontecer uma segunda vez prenncio de que a semente lanada germinou e agora irreversvel. Cinco anos passados desde o Viagem 100 destino e aqui temos mais uma vez o nosso coruscante, egrgio e ilustre amigo Cal, desta vez mais sisudo e com uma envergadura invulgar, trazendo na algibeira 24 poemas transformados em autnticas estrelas cintilantes.

Os seus sonhos, as suas saudades, a importncia de partir sem nunca esquecer de onde viemos, o ser singular sem nunca deixar de ser plural so alguns dos becos pelos quais Cal tem a ousadia de levar-nos a passear. Para quem conhece as capacidades deste jovem vertical, cuja transversalidade beira a cartesianidade, sabe que a procisso sequer chegou ao adro.

Estamos passando um momento atpico em que as palavras pandemia, confinamento, tornaram-se linguagem universal, porm, Cal de forma salomnica decide voltar-se ao compromisso inadivel que tem com a arte, ignorando completamente as adversidades do momento presente, como quem diz embora Ado tenha fracassado no paraso, Jesus venceu no deserto, logo, o lugar e o momento no so o mais importante, mas sim nossas escolhas e nossas decises. Portanto, nada melhor do que decidir ler a obra e deleitar-se nesta mirade de estrelas cintilantes proposta pelo autor. Como no h duas sem trs, aguardamos pelo terceiro trabalho com a mesma certeza que os Cristos aguardam pelo seu Salvador.